Medida eleva a tributação sobre a folha de pagamento de setores da economia; para o líder do PMDB no Senado, política econômica ‘tem se mostrado um fracasso’
Isabela Bonfim, Thiago Farias e Julia Lindner, O Estado de S.Paulo
13 Junho 2017 | 18h32
BRASÍLIA – Líder do PMDB, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), mais uma vez pediu a palavra para atacar o governo. Desta vez, o peemedebista criticou a Medida Provisória (MP) 774, que eleva a tributação sobre a folha de pagamento.
“Quero demonstrar minha preocupação com essa MP, que reonera mais de 70 setores da economia. Essa MP só vai desempregar ainda mais pessoas”, afirmou.
Renan disse que o País está “sem rumo” e que política econômica tem se mostrado “um fracasso”. O senador relembrou que o País está em recessão desde 2014 e tornou a criticar as reformas previdenciária e trabalhista.
“Somadas à reforma da previdência e essa reforma trabalhista, da forma como está, essa MP só vai agravar ainda mais a crise que vivemos no Brasil”, disse.
A MP 774 acaba com a permissão para o recolhimento de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos com base em um porcentual da receita bruta – que representava uma tributação menor. A medida foi anunciada em março pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como parte do pacote para cobrir o buraco de R$ 58,2 bilhões no orçamento deste ano e tentar atingir a meta fiscal fixada para 2017, que é de déficit de R$ 139 bilhões.
Entre os setores que vão perder o benefício estão: confecção, couros e calçados, têxtil, naval, aéreo, de material elétrico, autopeças, hotéis, plásticos, móveis, fármacos e medicamentos, equipamentos médicos e odontológicos, bicicletas, pneus e câmaras de ar, papel e celulose, brinquedos, instrumentos óticos, suporte técnico de informática.
Isabela Bonfim, Thiago Farias e Julia Lindner, O Estado de S.Paulo