Em entrevista ao Portal MCTIC, Maximiliano Martinhão revela estratégias do ministério para impulsionar o setor de TI
Sem ampliar indústria de software, Brasil vai perder a competitividade. Essa é a opinião de Maximiliano Martinhão, engenheiro que assumiu recentemente a Secretaria de Política de Informática do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicaçoes. Ele chega ao posto com o desafio é ampliar a presença brasileira no mercado internacional de TI.
Desde 2011 no cargo de secretário de Telecomunicações do extinto Ministério das Comunicações, ELE foi nomeado para a Sepin pelo ministro Gilberto Kassab. Nascido em Campinas (SP), é advogado e engenheiro de telecomunicações com mestrado pela Universidade de Strathclyde, no Reino Unido.
Em entrevista ao Portal MCTIC, ele afirmou que a Lei de Informática é o principal instrumento para impulsionar as empresas do setor e estimular os investimentos nos centros de pesquisa e universidades. “Vamos cuidar para que esses investimentos atendam políticas públicas.”
Segundo o secretário, o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação e a indústria de software são fundamentais para o desenvolvimento do país. “Se o Brasil não se debruçar para ampliar essa indústria, perdemos competitividade”, afirma.
Veja a integra da entrevista do secretário ao Portal MCTI.
Quais são as principais ações da Secretaria de Política de Informática?
Na secretaria, existe um conjunto de iniciativas em andamento relacionadas à microeletrônica e às startups, que têm tudo a ver com o mundo da internet. A Sepin também administra os incentivos previstos na Lei de Informática. O maior instrumento em execução é esta lei, que impulsiona empresas, que, em contrapartida, devem realizar investimentos nos centros de pesquisa ou universidades. Vamos cuidar para que esses investimentos atendam políticas públicas e dar uma orientação clara ao setor privado, que se beneficia da lei, sobre os investimentos que devem ser feitos. Essa é uma grande demanda do setor.
Quais os objetivos da sua gestão à frente da Sepin?
Vamos dar continuidade ao trabalho que já existe e ampliar o incentivo à pesquisa no país. É fundamental criar uma capacidade de inovação relacionada às TICs [Tecnologias de Informação e Comunicação]. Hoje, o Brasil está entre o quarto e o quinto mercado [dependendo do indicador] em telecomunicações e informática, mas participamos muito pouco do mercado mundial. Um dos desafios é ampliar a participação da indústria brasileira de software nos mercados nacional e mundial.
Como superar esse desafio?
Maximiliano: Com parcerias para expandir as empresas, trabalhar em conjunto com os grupos que existem no país e que já investem em desenvolvimento das TICs, para elevar o papel do Brasil na cadeia global de software. Outro aspecto é o trabalho com as instituições de ciência e tecnologia, as ICTs, e as universidades. É importante atrair recursos humanos para a área de pesquisa. Vamos aproximar a indústria e os centros de desenvolvimento tecnológico, para atrair mais investimentos.
Como a execução da Lei de Informática pode ser aprimorada?
Vamos fazer isso de maneira muito tranquila, interagindo com as secretarias do MCTIC, sob a coordenação do ministro Gilberto Kassab. Um ponto muito relevante é colocar a secretaria a favor da elaboração das políticas voltadas para o mundo cibernético. A Sepin tem grande potencial para formular uma política de longo prazo para o mundo cibernético. No momento, por exemplo, está em discussão no Congresso Nacional um projeto relacionado à Lei de Proteção dos Dados Pessoais. Isso tem a ver com a criação de um marco regulatório capaz de atrair investimentos em áreas como Internet das Coisas, sem trazer insegurança para o usuário em relação à privacidade de seus dados. A gente também precisa estabelecer uma política para cloud computing no Brasil. As TICs e a indústria de softwares são fundamentais para o desenvolvimento. Se o Brasil não se debruçar para ampliar essa indústria, perdemos competitividade. Há necessidade de dar maior unicidade e coerência às diferentes ações empreendidas na esfera pública com vistas aum grande programa de uso de TICs no país, e que a secretaria se enxerga como parceira dos demais ministérios, dos institutos de pesquisa, das associações de classe, do CGI [Comitê Gestor da Internet] e empresas para desenvolver uma estratégia digital brasileira.
*Do Portal MCTIC.
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