CPQD
Segurança, robustez e facilidade de uso para o desenvolvimento de aplicações de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) voltadas às necessidades brasileiras, nas mais diversas áreas – como cidades inteligentes e agronegócio, entre outras. Esses são os principais diferenciais da plataforma de código aberto dojot, desenvolvida pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) para uso e que começa a ganhar suas primeiras adesões.
É o caso da Taggen, empresa especializada em projetos e soluções de Internet das Coisas que, em parceria com o CPqD, desenvolveu o primeiro beacon Bluetooth Low Energy (BLE) com tecnologia 100% brasileira. “O principal benefício da plataforma dojot é a aceleração do processo de desenvolvimento de aplicações, que certamente ajudará na implantação do conceito de IoT no país”, afirma Werter Padilha, CEO da Taggen. “Ao mesmo tempo, por ser uma plataforma aberta, deverá se transformar na base para a criação de um ecossistema de desenvolvedores, empresas e instituições na área de Internet das Coisas.”
Outro parceiro interessado na nova plataforma é a Exati Tecnologia, de Curitiba, com a qual o CPqD (como Unidade Embrapii) desenvolveu um projeto para cidades inteligentes baseado em dispositivo de telegestão para sistemas de iluminação pública – que poderá ser usado também em outros serviços. “A integração da plataforma dojot à nossa solução deverá facilitar o desenvolvimento de novas aplicações IoT para cidades inteligentes, utilizando o mesmo hardware”, explica Dênis Weis Naressi, CEO da Exati.
Já a Informática de Municípios Associados (IMA), em parceria com a Associação Paulista de Municípios, firmou um convênio com o CPqD pelo qual deverá adotar a plataforma dojot como base para a implantação do conceito de cidade inteligente nos municípios do estado de São Paulo.
“A Internet das Coisas deverá ajudar os municípios a atender ao aumento da demanda por serviços públicos, com qualidade e sem necessidade de investimentos financeiros”, diz Leandro Teles, diretor de Tecnologia da IMA. “Porém, a IoT traz vários desafios, principalmente em função do mercado bastante pulverizado e da complexidade tecnológica das soluções. A importância da plataforma dojot está na criação de uma camada de abstração, que faz com que diferentes dispositivos IoT se conectem e forneçam informações relevantes para os gestores, de forma bem mais simples e sem necessidade de conhecimento técnico”, completa.
O desenvolvimento da plataforma dojot faz parte de um projeto mais amplo, financiado pelo Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que vem sendo conduzido pelo CPqD em parceria com outras instituições de ciência e tecnologia brasileiras.
Os interessados em desenvolver aplicações IoT utilizando essa plataforma já podem obter seu código pelo portal dojot na internet – endereço www.dojot.com.br. O site também fornece a documentação sobre como utilizar os componentes, a interface, etc. e traz vídeos explicativos (tutoriais).
Origem do nome
O nome escolhido para a plataforma remete a uma prática conhecida no universo da Tecnologia da Informação – Dojo é o encontro em que programadores treinam técnicas e metodologias de desenvolvimento de software, por meio da solução de desafios. Essa prática foi associada ao conceito de IoT, cuja implantação também traz desafios e requer uma série de tecnologias que permitem a coleta, transmissão, processamento, cruzamento e análise de informações.
“A dojot é uma plataforma habilitadora, capaz de acelerar o desenvolvimento de aplicações IoT adequadas à realidade brasileira, em diversas áreas, e com suporte local”, afirma Sebastião Sahão Júnior, presidente do CPqD. Para incentivar sua adoção por empresas, startups e outras instituições interessadas em desenvolver essas aplicações, a plataforma foi construída com base em ferramentas open source.
“Com isso, a intenção é estimular a inovação aberta e facilitar a construção de um ecossistema voltado à oferta de soluções de Internet das Coisas no país”, acrescenta Alberto Paradisi, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento do CPqD. Ele enfatiza que, ao adotar a dojot, a comunidade desenvolvedora também deverá contribuir para sua evolução e aperfeiçoamento constante – que é, justamente, uma das premissas da plataforma aberta.
(Agência ABIPTI, com informações do CPqD)
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