Tendência de crescimento do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação na Economia, geração crescente e qualificada de empregos e condição do Brasil ser um potencial exportador de TIC, são alguns dos indicativos que constam no Relatório Setorial 2022 elaborado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais – Brasscom.
O estudo, que compila informações da IDC, Abinee, Conexis Brasil Digital, Rais, Caged e estatais, além da própria Brasscom, considera empresas fornecedoras, usuárias e equipes internas de TI. E apresenta números e índices de, entre outros, produção e crescimento; mercado interno; importação e exportação; mercado de trabalho, salários e empregos e, infraestrutura de Telecomunicações e acesso à Internet. E, ainda, evolução e tendências.
“Esta divulgação é uma das iniciativas da Brasscom, que tem como missão fomentar o uso da TI, os empregos no setor e desatar amarras para o crescimento desta indústria”, conta Affonso Nina, presidente- executivo da Associação e que apresentou o Relatório. De acordo com ele, entre as frentes de atuação da entidade, no que se refere à Políticas Públicas para este ano, estão a desoneração da Folha de Pagamento; questões que envolvem a Inteligência Artificial, regulação de Dados; Infraestrutura digital de conectividade; Reforma Tributária e formação e capacitação de profissionais em TIC.
Destaques
É sabido que as TIC são impulsionadoras de negócios e que as empresas que não as adotar e não se transformar digitalmente estão fadadas ao fracasso. Por isso, o potencial deste mercado é extraordinário e por isso, há vultosos investimentos nesta área.
O Relatório Setorial 2022 da Brasscom traz como destaque o fato de que o macrossetor de TIC representa 6,6% do PIB, correspondendo a R$ 653,7 bilhões de produção setorial e que o Brasil é décimo maior em produção de TIC e Telecom no mundo, sendo o único País da América Latina a figurar em rankings. Além disso, o setor TIC brasileiro representa 36,4% do mercado de TIC na AL, sendo que nos últimos cinco anos cresceu 6,9% ao ano e deverá obter R$ 666 bilhões de investimentos em Tecnologias de Transformação Digital até 2025.
No que diz respeito a vagas, os pontos levantados apontam que o macrossetor de TIC emprega 2.02 milhões de profissionais, o que corresponde a 4% dos empregos nacionais, com incremento de 117 mil novos postos de trabalho em 2022 e a média salarial é 2,2 vezes maior que a média salarial geral do País. “O setor continua contratando, mas com desaceleração em relação ao estudo anterior”, esclarece Nina.
O Brasil continua precisando de grande quantidade de mão de obra. Nesse sentido, a diretoria executiva da Brasscom atua junto ao MEC e à universidades para colaborar na formação e qualificação de profissionais que supram as necessidades do desenvolvimento em TIC. O Relatório aponta que são pelo menos 530 mil posições de trabalho a serem preenchidas em cinco anos. “Nos ocupamos com a formação técnica e com as chamadas soft kills e, também, com políticas de requalificação”, diz.
Conexão à Web
O acesso da população brasileira – 214,3 milhões, com 82% de usuários de Internet –, por faixa de rendimento mensal por domicílio em 2021 era na classe A, de 6 milhões, que corresponde a 3% da população; a classe B, 44,6 milhões (21%); a classe C, 102 milhões (48%) e a D/E, é de 61,7 milhões, o que corresponde a 29% da população. Respectivamente o uso da Internet em milhões é de 5,8; 41,5; 86,7 e 40,7.
Com esse quadro, o Relatório da Brasscom aponta que o número de usuários de Internet no País aumentou 7,2% ao ano, entre 2015 e 2021, com a inclusão de 59,6 milhões de usuários. Aponta também que a proporção de usuários brasileiros é acima da média mundial: 14,1 p.p. “O Brasil caminha para a universalização do acesso à Internet nas classes de renda mais baixas e isso não está acontecendo de forma tão devagar”, avalia o presidente-executivo da Brasscom.
Perspectivas e tendências
No que se refere a investimentos nos próximos três anos (2023 a 2026), o montante previsto para Transformação Digital é de mais de R$ 660 bilhões, com Software (R$ 341 bilhões), Telecomunicações quase R$ 40 bilhões, Serviços quase R$ 140 bilhões e Hardware R$ 146,9 bilhões. O mercado de TIC deverá observar movimentação – em bilhões de Reais – de 308,3 em Nuvem; 81,2 em Big Data e Analytics, IA 69,1, Segurança de Informação 68,4, Robótica 45,7 IoT 37,5, redes sociais 38,7 e outras tecnologias somarão investimentos de R$ 9,5 bilhões. Já para Mobilidade, Dados e Banda Larga a previsão é de R$ 917,5 bilhões com a porcentagem de 8,6 ao ano.
“Nuvem continuará como elemento- chave na infraestrutura de TI em 2023, com investimentos em IaaS mais PaaS de US$ 4,5 bilhões. Isso representa um crescimento de 41%”, detalha Nina. SaaS deverá crescer 27,6% neste ano.
O crescimento de Software será impulsionado por soluções de Segurança, Gestão de Dados, IA e Experiência do Consumidor. Serviços de TI, por sua vez, serão incrementados por Gestão de Aplicações, Consultorias e a Integração de Sistemas.
Ainda em 2023, o gasto em IA vai superar US$ 1 bilhão, com crescimento de 33%. Para soluções de Automação Inteligente a previsão é de US$ 214 milhões, um índice de crescimento de 17%.
Já o gasto com soluções de Segurança deve atingir US$ 1,3 bilhão em 2023, um crescimento de 13%. “Haverá um aumento da participação de Segurança Cibernética nos orçamentos de Tecnologia e de Negócios”, conclui Nina, para quem a Transformação Digital abre novas oportunidades com o uso de TIC e consequentemente, há a necessidade de massificação da Conectividade.
Serviço
//brasscom.org.br/
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo