Meta do BNDES e MCTIC é que a iniciativa comece a ser implementada no segundo semestre de 2017, com validade até 2022

Ricardo Rivera, gerente setorial das indústrias de tecnologia da informação do BNDES, anunciou durante a Rio Info 2016 que 29 propostas foram entregues para a contratação da consultoria que vai desenhar o plano de ação nacional para Internet das Coisas, a ser conduzido pelo banco estatal e pelo MCTIC. Segundo ele, na próxima semana serão conhecidas as cinco finalistas e até o final de julho será revelada a empresa vencedora.
A expectativa é que a pesquisa sobre o tema aconteça de outubro até o final de dezembro. A meta, explicou o executivo, é que no segundo semestre de 2017, o plano nacional de IoT comece a ser implantado.“O levantamento vai fazer um estudo completo do mercado, mas terá recursos para uma implantação imediata. A intenção é remover as principais barreiras para Internet das Coisas”, sustentou.
O plano terá com validade de 2017 a 2022. “O modelo terá recurso para garantir a implantação. Ele não será um estudo sem medidas práticas”, detalhou Rivera, ao afirmar que um ponto central do estudo BNDES/MCTIC é obrigar o monitoramento das ações.
“Queremos que a política seja implantada. Isso é crucial para o Brasil ter um lugar nesse mercado”, afirmou. O levantamento terá pontos voltados às questões regulatórias, as melhores práticas de financiamento e o compartilhamento de informações. “Há ações de IoT acontecendo no mundo. Precisamos dividir conhecimento. Há muitas oportunidades de negócios, mas temos que estruturar quais são as competências do Brasil”, completou.
A Internet das Coisas desperta muito interesse das empresas. Em contrapartida, muitas dúvidas rondam os executivos. “Precisamos entender se o que estamos fazendo é realmente Internet das Coisas. Se não corremos o risco de fazer investimentos que ser perderão”, observou Gabriel Antônio Mourão, consultor de novas tecnologias da Perception. Ele afirmou que este é o momento ideal para investir em IoT. “Temos que aproveitar ao máximo esse momento”, comentou.
“A IoT já agrega diferentes tecnologias, como cloud computing e big data, e precisa se preparar para as novas que vão surgir. É preciso ainda encontrar novas soluções sobre questões importantes como segurança, privacidade ou volume de dados nas comunicações. A aplicabilidade e compatibilidade entre diferentes plataformas também precisa ser pensada”, ponderou o executivo.
Para Fabio Porto, professor e pesquisados do Laboratório Nacional de Computação Cientifica (LNCC), que tem desenvolvido vários projetos em parceria com instituições e empresas para aplicação de IoT com uso de dados captados por sensores, para desenvolver sistemas é preciso entender bem a estrutura e característica dos dados a serem avaliados e da aplicação que se pretende construir. “Cada tipo de dado, sejam eles de séries temporais, comprimidos, criptografados, preciso ou impreciso, tem uma interpretação diferente”, indicou.
Um dos projetos desenvolvidos pelo laboratório de pesquisa é o SAHA, de acompanhamento do desempenho de atletas de alto rendimento a partir do monitoramento de dados em diferentes áreas, como nutrição e bioquímica. “A IoT é a próxima grande onda. E três pontos chave são mais relevantes para se pensar neste momento: variedade, velocidade e veracidade”, definiu.
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