Economia
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Por João Sorima Neto — São Paulo

O setor de tecnologia da informação e comunicação, incluindo o de telecomunicações, planeja investir R$ 666 bilhões deste ano até 2026, um crescimento anual de 19,2%, segundo um relatório do setor apresentado nesta quinta-feira pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom).

Os recursos serão destinados ao desenvolvimento de produtos e tecnologia, novas unidades e contratação de profissionais. Mas o potencial de expansão do setor é muito maior e depende de formação de mão de obra qualificada, desoneração do emprego e planejamento de investimento de longo prazo, segundo Affonso Parga Nina, presidente executivo da Brasscom.

— Historicamente, o setor representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2022, chegamos a 6,6%, mas temos potencial de crescer muito mais, exportando serviços, gerando mais vagas de emprego qualificadas — disse Affonso, lembrando que os números do setor englobam empresas cujo negócio principal é a tecnologia, aquelas que usam essas ferramentas em sua atuação e que fazem parte do negócio, como o setor financeiro, e o segmento de telecomunicações.

Os dados foram levantados com consultorias e no mercado.

Entre os destaques levantados pela Brasscom, dentro do próximo ciclo de investimentos está a computação na nuvem, que deve crescer 41% apenas em 2023. Até 2026, esse setor deverá receber aportes de R$ 308,3 bilhões, uma alta de 28% ao ano.

Aplicações de Inteligência Artificial deverão ter investimento de R$ 69,1 bilhões neste ciclo, enquanto a análise de dados (Big Data e Analytcs) terá aportes de R$ 81,2 bilhões. A estimativa da Brasscom é que, até 2025, a participação da rede 5G no país chegue a 21,5%.

Um dos principais gargalos ao crescimento do setor é a falta de mão de obra qualificada. A Brasscom vem trabalhando junto ao poder público e à iniciativa privada (são 84 empresas associadas à entidade) na formatação de currículos com base nas necessidades das empresas.

No entanto, o presidente executivo da entidade destaca a necessidade de educação tecnológica já para as crianças. Países que se anteciparam nesse quesito hoje são mais competitivos no segmento.

Ele observa que o setor é um vetor de inclusão social, já que é possível treinar mão de obra em locais geograficamente distantes de grandes centros, com foco em comunidades carentes, por exemplo. Ele lembra que, durante a pandemia, muitas empresas investiram em equipes internas para desenvolver tecnologia.

O setor gera mais de 2 milhões de empregos, com salário até 2,8 maior do que a média nacional, lembra o presidente da Brasscom. Ele afirma que a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos ajudou a gerar empregos. A entidade defende que essa medida seja prorrogada.

Somente no ano passado, o saldo de empregos gerados foi positivo em 117 mil, mesmo com muitas demissões registradas em empresas de tecnologia. Entre 2021 e 2025, a estimativa é de contratação de 797 mil pessoas nesse segmento. Até 2022, já foram admitidos 261 mil.

— A desoneração do emprego é uma bandeira defendida pela Brasscom. A desoneração da folha aumentou o emprego e a arrecadação do governo. Nossa visão é que o setor de serviços deve ser impulsionado com a reforma tributária dada sua importância para a economia — disse Affonso.

As exportações de serviços de tecnologia e softwares atingiram R$ 24 bilhões em 2022, crescimento de 36,4% em relação ao ano anterior. Mas o potencial é enorme. Entre as travas, segundo Affonso, há insegurança jurídica entre as empresas sobre como essa exportação pode ser taxada, por exemplo, no município, estado ou em nível federal. Esse é um gargalo que a reforma tributária poderá resolver, avalia o presidente da Brasscom.

— Nosso mercado é grande e o Brasil tem uma vantagem competitiva que é a escala. Mas falamos pouco do potencial de exportação de serviços, já que não existe a barreira da distância nesse caso — diz Affonso.

O relatório divulgado pela Brasscom mostra que o setor movimentou R$ 653,7 bilhões em 2022, ou 6,6% do PIB. Foi um crescimento nominal de 9,3% em relação ao ano anterior. O saldo dos empregos foi de 2,02 milhões, 4% do total de empregos do país.

Com esses números, o Brasil ocupa a 10ª posição em produção de tecnologia da informação e comunicação, incluindo telecomunicações. O Brasil representa 36,4% do mercado desse mercado na América Latina.

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