O mercado de computação em nuvem (cloud computing) cresce em ritmo acelerado ao redor do mundo. Para se ter uma ideia, a contratação de infraestrutura, plataforma e software em nuvem pública deve atingir US$ 1,7 bilhão até o final deste ano e quase o dobro até 2020, segundo a consultoria International Data Corporation (IDC) Brasil.
Aqui no Brasil, aumenta o número de empresas em busca de serviços em cloud. De acordo com levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o segmento foi um dos que mais cresceu no país em 2017, registrando um aumento de 51,7% em relação ao ano anterior, com uma receita de R$ 4,4 bilhões. A previsão é de que, nos próximos quatro anos, a nuvem pública cresça a um ritmo de 27% ao ano.
Num primeiro momento, qualquer empreendedor desavisado pode olhar para esses números e interpretá-los como a indicação de uma tendência tecnológica que agrega vantagem competitiva aos negócios. Entretanto, se pararmos para pensar, realizar a jornada para a nuvem não é exatamente uma estratégia para sair na frente de outros players, mas apenas um importante movimento para não ficar para trás.
Isso porque ela é parte de um processo natural de demanda por maior capacidade de processamento de dados nos serviços prestados pela internet. Ademais, as companhias vão depender cada vez mais de cloud para desenvolver novos produtos e serviços para seus clientes.
É preciso entender que, da mesma forma que o fenômeno da transformação digital conduziu todos os tipos de negócios para o mundo da internet, a nuvem começa a absorver as mais diversas operações digitais para dentro de si. Não se trata de uma opção de rota, mas de um sentido obrigatório.
Para se ter uma noção, a tendência é que, em breve, a própria indústria de softwares passe a desenvolver somente programas que funcionam na nuvem, e que recursos tecnológicos de ponta fiquem disponíveis apenas nesse ambiente. Dessa forma, não adotar essa tecnologia é quase como não atualizar o sistema operacional de um smartphone: o aparelho passa a operar com lentidão e não permite mais baixar novas aplicações, ficando obsoleto.
As empresas lançadas diretamente na nuvem pública ilustram a inevitabilidade dessa jornada. Uma plataforma de vídeo sob demanda como a Netflix, por exemplo, sequer existiria não fosse a nuvem. Nesse caso, trata-se da própria natureza do serviço de streaming, porque somente desse forma é possível processar a imensidão de dados e permitir que milhares de pessoas ao redor do mundo assistam, ao mesmo tempo, a vídeos com alta qualidade.
Da mesma forma, no ramo de e-commerce, uma empresa que vê seus acessos crescerem em sua loja virtual terá que migrar parte de suas operações para a nuvem para evitar uma perda de desempenho e, por consequência disso, a indesejável fuga de clientes. Nesse caso, a nuvem é só mais uma etapa para acompanhar a evolução do próprio negócio e assegurar a boa performance operacional.
São exemplos que ajudam a entender porque a jornada para nuvem representa uma mudança de paradigma no mundo dos negócios, tão inevitável quanto foi a passagem do analógico para o digital. Se as empresas quiserem sobreviver no presente, este deverá ser o destino percorrido por todas elas.
Diego Santos, cofundador da Cluster2GO e especialista em Cloud Computing da Locaweb Corp
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