Em que pesem os esforços recentes, especialmente no campo da legislação, o Brasil ainda ocupa uma “posição incômoda” entre as nações que buscam a digitalização, especialmente do Estado. Segundo o ministro do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, esse é um esforço que depende muito mais de vontade política do que recursos ou mesmo tecnologia.
“O Brasil tem ocupado uma posição absolutamente incômoda entre países que buscam avanços na área digital. Precisamos avançar para diminuir a enorme e pesada burocracia, avançar rapidamente para a era digital para voltarmos a ser uma economia produtiva. O governo já deveria ter tomado atitudes muito mais participativas nesse processo”, sustentou o ministro.
Segundo ele, “isso só acontecerá de fato se o Estado promover os meios para essa transformação digital. Não precisamos ser a maior economia do mundo para isso, nem mesmo uma potencia tecnológica. Basta vontade política de diminuir os cartórios, os carimbos, evitar esforços repetitivos, duplicidade de ações, que é uma verdadeira burrice ocupada”.
Ele lembrou que alguns passos já foram dados, em especial com a publicação de Decretos presidenciais que tratam de governança digital e compartilhamento de dados, (8279 e 8638, ambos de 2016), mas insistiu que os resultados efetivos, principalmente em políticas públicas, “só virão quando usarmos massivamente as ferramentas digitais”.
O movimento, no entanto, não depende apenas de governos. “Não há perspectiva de transformação de um Estado analógico em digital sem expressiva participação da sociedade e da iniciativa privada. Sabemos que a iniciativa privada brasileira também está se preparando, mas acho que precisamos avançar mais rapidamente.” O ministro Aroldo Cedraz é um dos palestrantes do 2º Seminário Brasscom Políticas Públicas & Negócios, que acontece nos dias 15 e 16 de março, em Brasília. Assistam a entrevista.

 

Convergência Digital

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