A fragmentação da produção e compra de tecnologia da informação entre os diversos órgãos do governo reduz a eficiência e aumenta os gastos públicos. A análise do Tribunal de Contas da União é de que o Estado precisa trabalhar com ganhos de escala, o que exige estratégia e coordenação.
“A questão de escala é importante para que a gente promova ganhos de eficiência nas organizações governamentais. A gente tem acompanhado os modelos e as estratégias de TI ao longo dos últimos 10 anos e o que a gente nota é uma repetição de esforços. Muitas organizações fazem soluções ou desenvolvem estruturas que atendem apenas a própria necessidade e isso é muito caro”, disse o secretário de fiscalização de TI do Tribunal de Contas da União, Márcio Braz.
Mas como lembrou durante o 2º Seminário Brasscom Políticas Públicas & Negócios, realizado nos dias 15 e 16 de março, em Brasília, isso exige uma estratégia comum. “A gente só vai ter ganhos de eficiência quando conseguirmos orquestrar as organizações públicas a trabalhar sob uma mesma estratégia. Não significa centralizar todo o serviço e produção de TI em um único organismo, que seria péssimo para inovação, mas propiciar que soluções às vezes simples não sejam feitas de maneira duplicada.”
“A estratégia de compra tem que estar ligada à estratégia de governança, à estratégia digital do governo como um todo. Se as compras públicas não estiverem alinhadas à estratégia, o órgão pode até fazer uma boa compra, necessária para sua realidade, mas sob o ponto de vista do governo como um todo não seria mais indicada, por atender apenas àquele ministério. Na medida que a gente consiga pensar no mais eficiente para o Estado, a gente consegue avançar no ganho de escala e ter economias que são necessárias.” Assistam a entrevista.
Convergência Digital