Enquanto os eletroeletrônicos sofrem os efeitos na redução do consumo, o setor de TI se mantém em crescimento

Os setores de eletroeletrônicos e de TI (Tecnologia da Informação) vivem realidades distintas nestes tempos de crise anunciada. Enquanto o primeiro sofre os efeitos na redução do consumo e se retrai, o segundo reduz o ritmo, mas se mantém em crescimento. Para Sergio Galindo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) o segmento é uma China dentro do Brasil. Ele fechou 2014 com uma produção geral de US$ 482 bilhões, ou 8,9% do PIB. “O detalhe importante nos últimos anos é que o crescimento médio do setor, de 2011 para cá, foi de 11,5% – maior que o PIB e um crescimento robusto em relação à economia em geral. No ano passado, crescemos 7,7% para um PIB de praticamente zero”, diz.
Galindo afirma ainda não ter dados preliminares sobre o desempenho de 2015, mas conta que, em conversas informais com presidentes de empresas da área, percebe uma tendência de crescimento. “Ninguém vai atingir as metas, mas todos estão crescendo. Essa é uma característica do setor”, diz o executivo. A conta é simples. Se a economia cresce, o mercado investe em sistemas de vendas e marketing para surfar melhor essa onda. Quando há recessão, os investimentos se voltam para a eficiência operacional e redução de gastos, e aí entram sistemas de gestão de custos, de controles internos e todos que ajudem a diminuir despesas e aumentar a produtividade. O fato é que a demanda continua lá.
Já no segmento de eletroeletrônicos, a situação é bem menos otimista. Marcia Ogawa, sócia-líder para o atendimento à indústria de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT) da Deloitte no Brasil, lembra que aqui o desempenho está muito ligado ao consumo. “O grande gargalo do setor é a desaceleração da economia, que leva as pessoas a reduzir gastos e trocar menos equipamentos”, compara, lembrando que o desempenho das empresas fabricantes de eletroeletrônicos deve cair, e bastante, até o final deste ano.
Internet das coisas
Com crescimento de um lado e queda do outro, o fato é que os dois setores têm alguns obstáculos comuns pela frente, todos relacionados às políticas públicas. Galindo lembra que a questão tributária, com as possibilidades de elevação trazidas pelo ajuste fiscal, pode impactar fortemente o setor de serviços. “Há o risco de se desconstruir o setor de serviços, que pode devolver ao mercado 81 mil empregos até 2017”, prevê.
O novo ambiente fiscal também exigiria uma revisão das ferramentas de fomento, o que não aconteceu ainda. Por exemplo: o presidente da Brasscom acredita que, com a concretização do conceito da internet das coisas, o Brasil precisa se posicionar, estimulando a produção em escala global de produtos para os quais tenha vocação. “Além disso, estamos subinvestidos em termos de infraestrutura. Estamos relativamente bem de internet, mas em infraestrutura de data center somos cerca de 40% mais caros em termos de investimentos e muito mais caros em operação. Nosso setor é transversal: traz produtividade e eficiência para diversos outros setores e essas são as reais urgências que precisam ser tratadas”, afirma.
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Estadão | Empresas Mais

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