Postado em: 24/06/2018, às 19:03 por Sidney Schneider
Empresas de diferentes setores estão decidindo migrar seus serviços para computação em nuvem. De acordo com o International Data Corporation, IDC, provedor mundial de inteligência de mercado, até 2020 a receita desse modelo de consumo de tecnologia irá triplicar, alcançando o patamar de US$43, 6 bilhões. Além de não precisar contar com um servidor físico, o armazenamento de informações ou software baseados em nuvem são mais seguros e ágeis.
No Brasil, de acordo com Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Brasscom, o segmento de tecnologias em nuvem alcançou em 2017 um faturamento de R$4,4 bilhões. As possibilidades para o uso da nuvem ainda são muitas, aumentando as chances de crescimento desse mercado.
Na segurança eletrônica, as soluções em nuvem vieram para revolucionar as tecnologias com foco no setor. Isso porque elas permitem muito mais funções, acessos ilimitados e ao vivo. No monitoramento de imagens, por exemplo, é extremamente mais fácil para o usuário conseguir assistir em tempo real, acessar gravações e compartilhar imagens com um serviço que utiliza a nuvem para transmitir as informações captadas pelas câmeras até o software, além, é claro, de gravá-las.
Para garantir a segurança dessas informações que transitam de um receptor para outro, os dados são protegidos por criptografia. A codificação é feita nas informações de acesso aos portais onde o usuário pode assistir as imagens, sendo assim, somente ele conseguirá ver o que suas câmeras captam — isso se não compartilhar as imagens com outras pessoas que também contam com a segurança dos dados.
A criptografia é feita com a camada de segurança SSL (Secure Socket Layer em inglês) e sendo assim mesmo que a informação seja raptada no percurso até o receptor, ela estará encriptografada, portanto, será inútil ao raptor. A técnica utiliza duas chaves para decodificar a informação: uma pública e uma privada. Assim, apenas quem tem acesso à chave privada consegue ver os dados de forma legível. Nesse caso, a empresa que oferece o serviço é a detentora da chave privada, ou seja, as informações só são descriptografadas lá.
Para proteger as imagens que são transmitidas ao vivo da câmera para o servidor e do servidor para o navegador ou se for da preferência do usuário, para um aplicativo em seu smartphone, é usado o HLS. Ele é um protocolo que segmenta arquivos de mídia para sua melhor reprodução. Junto a ele podem ser usadas técnicas para criptografar esses segmentos de arquivos de mídia que são transmitidos. Assim, além de garantir a qualidade da imagem, o protocolo ainda ajuda na segurança da mídia que é compartilhada, fazendo com que apenas os usuários autorizados possam ter acesso aos vídeos.
Já para as mídias gravadas a proteção é dada ao arquivo como um todo, obedecendo às regras descritas anteriormente com o SSL. A criptografia utilizada tem a chave de 256 bit, que garante muito mais proteção e aumenta a dificuldade de quebra da codificação.
A criptografia, portanto, é usada de diferentes formas e em variados níveis para assegurar que as imagens de segurança não sejam acessadas por pessoas indevidas. Uma das maiores preocupações que gira em torno do avanço tecnológico das câmeras de segurança é o vazamento de imagens e a utilização delas para fins errados. Com o uso da criptografia, o acesso e captura das filmagens por pessoas não autorizadas é dificultado a um nível que beira o impossível.
Dessa forma, as empresas que oferecem esse serviço asseguram uma segurança dupla para seus clientes: a de seus patrimônios e a das suas informações.
Sidney Schneider, analista de sistemas da Camerite.