Em uma costura que levou mais de ano, a Telebras vai assumir a rede que interliga 1,7 mil agências do INSS, os data centers e escritórios da Dataprev, em um contrato de cinco anos que pode chegar a R$ 292,8 milhões. Nesse movimento, a estatal desbanca seis licitações distintas e deixa para trás quatro teles privadas: Embratel, Telefônica, Oi e British Telecom, que atualmente são as responsáveis pelos links da Previdência Social.
“Tínhamos um processo licitatório para substituição desses links e a Telebras acenou com a possibilidade de atender todos eles de forma integrada em um contrato único conosco. Colocamos que o principal era que mantivéssemos a qualidade e o preço dos contratos atuais ou mesmo alguma redução. E eles conseguiram fechar uma proposta de atendimento a todos esses links”, explica o diretor de Tecnologia e Operações da Dataprev, Daniel Darlen, em entrevista à CDTV, do portal Convergência Digital, durante o 2º Seminário Brasscom Políticas Públicas & Negócios, realizado em Brasilia.
É o segundo contrato entre as estatais. O primeiro, de valor bem mais modesto, R$ 2,1 milhões por 12 meses, saiu ainda em julho do ano passado para atender aos três data centers da Dataprev, em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. “Já temos uma relação de parceria estruturada, que está sendo agora ampliada. A Telebras passa a ser o provedor de toda a conectividade da rede da Previdência”, diz o diretor de Tecnologia e Operações.
Não significa, porém, que o valor vai necessariamente chegar aos R$ 292 milhões. Esse é o montante para a entrega de todos os links ‘cheios’ e na prática deve ficar em algo um pouco acima de metade de todo esse valor. Ainda assim, é muito significativo na trajetória da Telebras, que tem a missão de se tornar auto sustentável diante da posição do governo federal de não fazer mais aportes na empresa depois de concluído o pagamento do satélite geoestacionário.
Para a Dataprev, além da dispensa de licitação, o acordo único para o fornecimento da rede é vantajoso ao substituir a gestão dos contratos atuais com as quatro fornecedoras privadas. “Isso nos dá uma certa flexibilidade na gestão desses contratos. Atualmente temos seis contratos para cobrir o território nacional e quatro operadoras para cumpri-los. Temos ganho operacional com uma gestão mais eficiente e centralizada”, diz Darlen.
A assinatura do contrato foi feita na terça-feira, 14/3, mas a transição ainda deve durar vários meses. “Tem todo um processo de migração dos contratos vigentes estimado para ser executado ao longo deste ano. A expectativa é que até dezembro as migrações terminem e a Telebras assuma. Não é uma ruptura, mas uma migração gradual dos contratos vigentes para o contrato com a Telebras”, completa o diretor da Dataprev. Assistam a entrevistsa com o diretor de Tecnologia e Operações da Dataprev, Daniel Darlen. Assistam a entrevista.
Convergência Digital