O Brasil registrou 116 milhões de pessoas conectadas à internet em 2016, o que equivale a 64,7% da população. Em 2015, os brasileiros com acesso à internet somavam 102,1 milhões ou 57,5% da população. Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O levantamento apurou o uso da internet pelo menos uma vez nos 90 dias que antecederam a data de entrevista ao longo do último trimestre de 2016.

Desse total, 94,6% acessaram a rede por telefone celular e 63,7% por computador. Entre os usuários, 94,4% usaram a internet para trocar mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos.
“O alcance de 95% do celular é reflexo do forte investimento das operadoras nas redes 3G e 4G e de uma série de políticas regulatórias executadas pela Anatel, que permitiram ao Brasil ter um nível de concorrência no mercado de telecom entre os mais altos do mundo”, avaliou o diretor do Departamento de Banda Larga do MCTIC, Artur Coimbra, que participou da divulgação no Rio de Janeiro.
A pesquisa revela ainda que o acesso à internet foi menor nas regiões Nordeste (52,3%) e Norte (54,3%), e que a proporção de mulheres conectadas (65,5%) era superior a dos homens (63,8%).
“Na região Norte, boa parte da falta de acesso à rede em casa se dá pela falta de cobertura. É um problema da região, que possui grandes distâncias, densidade demográfica baixa, dificuldades de construção de rede. Daí a importância do Satélite Geoestacionário da Telebras, que permite levar a internet a regiões isoladas”, explicou Coimbra. “No Nordeste, a principal barreira apontada para a falta de acesso é o custo. Esse é um reflexo da renda média e também da carga tributária, que no Brasil chega a 40% a 50% do preço do serviço. A alíquota média do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é de 28%, percentual que é descolado da realidade dos outros países do mundo. Esses fatores encarecem e dificultam o acesso ao serviço.”
Em relação à faixa etária, o acesso cresce com o aumento da idade. Segundo o levantamento, quem tem entre 18 e 24 anos realizou mais conexões (85%) em 2016. Já as pessoas com mais de 60 anos conectaram menos a rede (24,7%).

Finalidade

Além do uso para troca de mensagens, a Pnad apurou que 76,4% dos usuários acessaram a internet para assistir a vídeos, programas, séries e filmes e 73,3% para realizar chamadas de voz ou vídeo. O envio de e-mails foi a finalidade de 69,3% dos que acessaram a rede de 2016.

Banda larga
A banda larga foi utilizada por 99,6% dos entrevistados para acessar a internet, enquanto apenas 0,9% usaram conexão discada. A banda fixa apareceu em 81% das respostas, e a móvel em 76,9%. Dos acessos únicos, 21,5% fizeram apenas por banda larga fixa e 17,4% somente por banda larga móvel.