Um Censo sobre a oferta de Serviços Públicos, realizado pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), sob a coordenação do Ministério do Planejamento e apoio da Casa Civil, apresentou um resultado alarmante: a maior parte dos serviços prestados pelo governo ainda é analógico. O estudo foi apresentado em primeira mão no 3º Seminário Brasscom Políticas Públicas & Negócios, realizado em Brasília.
Das informações obtidas das 85 instituições que responderam ao questionário, foi possível catalogar a existência de 1.740 serviços. Sobre o percentual de digitalização até o momento, apenas 31% dos serviços estão totalmente digitalizados. Dos 69% restantes, 25% não têm nenhum tipo de digitalização. Os demais 44% -são híbridos, mas estão mais para analógico do que para digital. O estudo contém um dado muito preocupante: enquanto a pesquisa TIC IBGE mostra que 92% dos brasileiros têm um smartphone, apenas 1,2% é prestado por aplicativo móvel.
“Serviços eletrônicos precisam ser vistos como um ativo do Estado sob a guarda da Presidência da República. Foi assim em países como Uruguai, aqui, infelizmente, não aconteceu dessa forma”, revelou o secretário da STI, do Planejamento, Gleisson Cardoso Rubin, em entrevista exclusiva à CDTV, do portal Convergência Digital.
O resultado dessa baixa digitalização é que, hoje, a cada 100 serviços públicos, 30,2% são prestados pessoalmente no balcão exigindo a interação pessoal. “Há um campo enorme a ser explorado e para se avançar. Fato é que serviço digital economiza dinheiro. Ele custa 1/3 do serviço físico”, acrescenta Rubin.