Roberta Prescott … 04/04/2024 … Convergência Digital

Ao analisar a balança comercial referente às exportações e importações, o presidente-executivo da Brasscom, Affonso Nina, ressaltou que o Brasil registra mais exportações de serviços e menos de hardware, o que, segundo ele, corrobora a vocação do País para ocupar um papel de fornecedor de serviços para o mercado global. Em 2023, as exportações de TIC somaram R$ 46,2 bilhões, uma alta de 9,1% em comparação a 2022, mas ainda um montante cerca de quatro vezes inferior ao volume importado, que caiu 2,8% na comparação anual para R$ 182,5 bilhões.

Os dados são do Relatório Setorial 2023, apresentado pela Brasscom na última quarta-feira, 3/4, e que apontou que macrossetor de tecnologia da informação e comunicações (TIC) registrou, no ano passado, produção setorial de R$ 707,7 bilhões (ou US$ 141,7 bilhões), o que representou 6,5% do produto interno bruto (PIB) do Brasil.

O destaque de Affonso Nina para serviços está embasado no fato de que as exportações de software e serviços cresceram 21,4% para R$ 29,1 bilhões, enquanto a exportação de hardware registrou uma queda de 7,4% para R$ 17 bilhões. “O Brasil não é, hoje, um grande fabricante de hardware. De modo geral, a infraestrutura de equipamentos vêm de fora e, mesmo quando tem fabricação aqui, os chips são importados. Há este desequilíbrio”, disse Nina. No entanto, a importação de software e serviços também teve alta: de 27,7% para R$ 58,4 bilhões. O Brasil importou R$ 124,1 bilhões em hardware em 2023, 12,6% a menos que 2022.

“Um trabalho que a Brasscom tem trazido é que o Brasil deve investir mais em datacenters locais e a inteligência artificial abre uma janela de oportunidade para isso. Vemos que é uma oportunidade para atrair mais investimentos para termos no País datacenter e infraestrutura de processamento de modo a dependermos menos de importação”, assinalou Nina.

Mercado interno de TIC

Ao analisar a atuação das companhias do setor de tecnologia da informação e comunicação, a Brasscom registrou que o mercado interno de TIC cresceu 8,4% para R$ 302 bilhões (US$ 51,1bilhões), registrando aumento, em relação a 2022, de 32,9% em serviços (R$ 104,3 bilhões); de 25,1% em nuvem (R$ 46,5 bilhões) e de 21,6% em software (R$ 43,8 bilhões). O mercado de hardware caiu 15,4% para R$ 107,4 bilhões, sendo que a retração ocorreu no segmento de dispositivos com queda de 19,6%, já que a parte de infraestrutura aumentou 23,6%.

“A vocação do Brasil é de serviço e software, mais do que de hardware e equipamentos. E vemos claramente isso pelo grande crescimento, quando você fala de software, nuvem e serviço. Mas óbvio que tudo precisa de infraestrutura para rodar, por isso que vemos infraestrutura crescendo em hardware”, apontou.

 

Fonte: Convergência Digital
https://www.convergenciadigital.com.br/Negocios/Brasscom:-Brasil-tem-vocacao-para-exportar-servicos-de-TIC-65670.html