TESTE2 Estratégia nacional de fomento aos data centers volta ao debate com o 5G - Brasscom

 

Convergência Digital
Ana Paula Lobo – 24/03/2022

 

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) realizou um estudo para mapear as oportunidades do Brasil no segmento de data centers para retomar a elaboração de uma estratégia nacional de incentivos aos investimentos nos centros de dados no país, revelou o presidente Igor Calvet, ao participar do Brasscom TecFórum, nesta quinta-feira, 24/03.

O assunto não é recente- em 2017, o ministério das Comunicações também quis, via Decreto, criar política de fomento aos datacenters, que acabou não saindo do papel. Porém, agora, com o desembarque do 5G e de a conectividade sendo vista como essencial para a economia digital, a ABDI acredita que o Brasil precisa agir para ter esses investimentos. Mas admite que há gargalos históricos como os custos elevados para a construção e operação dos data centers; a elevada carga tributária, o custo da energia e o alto custo da importação de equipamentos.

“E temos de incluir também a questão da falta de mão de obra especializada, um problema para a área de TIC. Mas temos de descentralizar os data centers para levar mais serviços para o Brasil. Entendemos que os data centers como hosting ou storage estão comoditizando e há um aumento na concorrência entre os provedores de nuvem, mas é o momento de legislativo, setor público e empresas sentarem para viabilizar mais e mais data centers”, afirmou.

O deputado Vitor Lippi, do PSDB/SP, se colocou à disposição para levar o assunto ao Congresso e enfatizou que sem conectividade, não há desenvolvimento econômico e social. “Temos ações relevantes em curso como é acelerar a votação do silêncio positivo no Congresso Nacional. A conectividade é essencial para reduzir as desigualdades regionais. Com relação aos datacenters, estou pronto para discutir. Sabemos que incentivos fiscais são complicados, mas o Brasil vai ganhar muito em termos data centers melhores e distribuídos para dar segurança aos robôs, às cirurgias à distância etc.”. afirmou.

O Vice-presidente de Relações Institucionais da Huawei do Brasil, Atílio Ruilli, lembrou que para o 5G acelerar, os Estados e municípios precisam acelerar a regulamentação da Lei das Antenas. “Ainda enfrentamos dificuldades para a instalação de antenas e sem elas não há conectividade”, disse. Defendeu ainda a massificação da fibra ótica para que backhauls e backbones avancem para o interior.

Todos os países intensivos e produtores de tecnologia fazem uso de instrumento de fomentos e o Brasil tem de fazer o mesmo, observou o presidente-executivo da Brasscom, Sergio Paulo Gallindo. Ele lembrou que o país possui leis eficientes como a Lei das TICs, a Lei do Bem e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(FNDTC). Mas é possível ter mais. “Podemos ter mais incentivos ao fomento da economia digital. A Amazon já afirmou que quer o Brasil como zona global. Esse investimento gera economia e emprego. Precisamos nos fortalecer em infraestruturas críticas”, ressaltou.

5G em campo

O secretário de Telecomunicações do MCom e indicado para o Conselho Diretor da Anatel, Artur Coimbra, saudou o fato de o leilão 5G ter sido de forma não arrecadatória para os cofres públicos.

Lembrou que dos R$ 47 bilhões arrecadados no certame, mais de 90% serão revertidos para investimentos, entre eles, levar o 4G para as áreas rurais mapeadas pelo IBGE e backhaul e backbone para mais de 500 municípios sem essas estruturas e sem acesso à Internet.

Destacou ainda que um desafio futuro é fazer valer a gestão de espectro. “O Brasil não possui escassez de espectro o que é uma ótima notícia, mas há muitos retalhos de uso de frequência e precisamos fazer um refarming para termos um uso de espectro mais eficiente e beneficiar toda a população”, ressaltou.

 

Fonte: Convergência Digital
https://www.convergenciadigital.com.br/Cloud-Computing/Estrategia-nacional-de-fomento-aos-data-centers-volta-ao-debate-com-o-5G-59813.html