Nos últimos sete anos, o número de exportadoras de serviços de TI mais do que dobrou. Segundo pesquisa da Softex, entidade que promove internacionalização de empresas do setor, existiam 315 com esse perfil em 2014, em comparação a apenas 149 em 2007; pelos registros da entidade, o volume de exportações dos serviços de TI alcançou US$ 1,62 bilhão no ano passado.
As oportunidades de conseguir contratos no exterior têm sido mapeadas para elas principalmente pelo projeto Brasil IT+, da Apex-Brasil, entidade subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e encarregada de promover produtos e serviços brasileiros em outros países. “Cerca de 500 empresas já passaram pelo projeto”, diz Flávia Egypto, gestora do Brasil IT+.

Como o mercado brasileiro continua aquecido, nem todas as empresas se interessam pelos mercados de outros países, mas a desvalorização do real, afirma Flávia, já está atraindo clientes de fora. “Este ano está havendo aproximação principalmente de compradores americanos e da América Latina”, acrescenta.
Para essas empresas, as exportações são vitais, afirma Ney Leal, vice-presidente da Softex: O mercado brasileiro, ele diz, é de interesse de muitas empresas de outros países, que podem ameaçar a sobrevivência das brasileiras que não se capacitarem para competir no comércio exterior.
Vários programas de apoio já são oferecidos pela Softex para empresários que desejem trilhar esse caminho – capacitação, informações sobre mercados externos, acesso a financiamentos do BNDES pelo programa Prosoft, além de participação em eventos aqui e no exterior, diz Leal.
A Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), também tem apoiado as empresas interessadas em exportar serviços. Mariana Oliveira, diretora da entidade, está convencida de que 2015 terminará com uma expressiva alta nas exportações desse item – principalmente software, gerenciamento de redes e BPO (business process outsourcing ou terceirização de partes de processos de negócios), diz ela. As ações da Brasscom para favorecer os exportadores são focadas principalmente nos mercados dos EUA e da América Latina:
Uma das que operam há mais tempo no mercado externo é a Stefanini, cujos primeiros contratos com clientes no exterior foram assinados em 1996. Seu presidente, Marco Stefanini, explica que hoje há empresas do grupo em 34 países: “Nossas operações de exportação não se concentram no Brasil: as empresas instaladas em outros países também exportam – um país exporta para o outro”.
Atualmente, diz ele, metade do faturamento da empresa vem do exterior, basicamente de três grandes grupos de serviços: desenvolvimento e manutenção de aplicações, ITO (principalmente suporte e manutenção de sistemas) e BPO.
As operações da Stefanini este ano devem ter bom crescimento na Europa, mas não no Brasil: neste momento, diz o presidente da empresa, as margens aqui estão mais reduzidas, enquanto no exterior estão em geral mais elevadas.
A MC1, de Campinas, conseguiu contratos no exterior por causa de sua especialidade: um software para automação de força de vendas. O caminho para conseguir muitos clientes em outros países, no entanto, foi mais complexo, conta o CEO César Bertini: “Nós fizemos um trabalho com a Apex, para identificar mercados, e com o Gartner, porque é um instituto que os clientes consultam para localizar fornecedores”, afirma.
Além disso, a estratégia incluiu alianças com SAP, Salesforce, Microsoft e Oracle, porque seu produto complementa o desses parceiros. No ano passado, os contratos internacionais com 17 países representaram 9% da receita. Em 2015, com o favorecimento da taxa de câmbio, devem representar 20%. Em 2014, o faturamento da empresa foi de R$ 40 milhões e poderá chegar a R$ 100 milhões em 2017 diz o CEO.
Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/4096786/fornecedores-de-ti-contam-com-programas-de-apoio
Valor Econômico

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