TESTE2 Setor de TIC critica Governo Dilma por cortar Inovação em nome do ajuste fiscal - Brasscom


O momento econômico do Brasil foi o alicerce central da abertura da 13ª edição do Rio Info, realizada nesta terça-feira, 15/09, no Rio de Janeiro. O presidente do TI Rio e coordenador do evento, Benito Paret, lembrou que o setor de TIC (Tecnologia da Informação e Telecomunicações)  vive um momento especial – o da transformação por conta das tecnologias disruptivas como computação em nuvem e mobilidade – e, simultaneamente, o temor de um retrocesso por conta da situação financeira do país.
Benito Paret deixou claro que o mercado está decepcionado com a decisão do governo Dilma de deixar de enxergar TIC como prioridade. “Em 2004, o software foi classificado como setor prioritário na política industrial do governo Lula. Em 2012, surgiu o plano TI Maior, que por ‘n faltas’, não cumpriu as oito ações imaginadas como se esperava e, agora, foi bastante afetado pela reoneração da folha”, pontuou o presidente do TI Rio. Outro ponto bastante criticado foi o ‘fracasso’ das CERTICs, o certificado de tecnologia nacional criado no TI Maior, que segundo o coordenador do Rio Info, por conta do seu academicismo não teve o volume de adesão esperado”.
Ajuste financeiro sem investimento é recessão, desemprego e desespero e não deu certo em lugar nenhum do mundo, advertiu o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino. O executivo reiterou que ‘não reinventar a roda’ é investir em software e tecnologia nacional. “Estou muito preocupado com toda a política adotada. Quero um futuro melhor para os meus netos e sem tecnologia nacional não vamos chegar num lugar bom”, acrescentou, Posição semelhante defendida pelo presidente da Fenainfo, Márcio Girão, que falou em nome das entidades setoriais presentes – ABES, Brasscom e Softex.
“Precisamos definir o que queremos. A Internet das Coisas está aparecendo forte e vamos ser coadjuvantes nesse processo como o somos em software profissional? Tecnologia nacional é a melhor saída para disruptar um país. Por que não criamos um Uber? Somos considerados o país da criatividade, mas estamos muito atrás no índice de inovação. E as mudanças que estão sendo feitas são preocupantes”, pontuou Girão.
Como representante do governo, o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgílio Almeida, que está deixando o cargo para ser professor em Harvard, nos Estados Unidos, buscou passar uma mensagem positiva.  Para Almeida, “O Brasil é aberto às novas tecnologias e, mesmo com a crise, o setor de TIC está crescendo muito acima dos mercados tradicionais. Software e hardware são estruturantes para o fomento da economia. O nosso momento é de discutir o futuro. De sentar e projetar um país”, pontuou.
O secretário da SEPIN tentou minimizar as críticas ao plano TI Maior. “Houve ganhos importantes como a renovação da Lei de Informática até 2029; o Startup Brasil, que impulsionou 200 projetos em dois anos; e avançamos na supercomputação e atraímos grandes centros de Pesquisa e Desenvolvimento de empresas como EMC, Intel e Huawei”, afirmou. Com relação à CERTICs, criticada pelo presidente do TI Rio, Almeida admitiu que não andou como se esperava, mas disse que o processo é lento mesmo e que falta, agora, a adesão dos órgãos governamentais para dar a preferência estipulada às empresas certificadas nos processos de compras públicas.