Estudo aponta falta de mão de obra qualificada para atender demandas da indústria de energia limpa

Déficit: Indústria brasileira estima falta de 532 mil profissionais na transição energética – Divulgação BNDES

No horizonte próximo, o Brasil se vê diante de um desafio significativo: um déficit previsto de 532 mil profissionais em diversas áreas tecnológicas até o ano de 2025. Essa projeção, parte de um estudo realizado pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), destaca a influência da transição energética nesse cenário, que demanda habilidades específicas para lidar com a descarbonização da indústria e a expansão da mobilidade eletrificada.

Investimentos na Formação de Mão de Obra: Uma Resposta Necessária

Empresas como a Ford têm encontrado na capacitação de profissionais locais uma resposta a esse desafio iminente. Utilizando os dados da pesquisa da Brasscom para embasar seus investimentos, a gigante norte-americana tem se engajado em programas de formação de mão de obra, reconhecendo a importância estratégica de suprir essa lacuna no mercado.

Colaboração da Indústria: Montadoras, Fornecedores e Startups se Unem pela Capacitação

A iniciativa da Ford não é solitária. Montadoras, fornecedores e startups têm se unido no desenvolvimento de programas de treinamento, não apenas para capacitar jovens profissionais, mas também para atrair talentos em um mercado altamente competitivo.

Competências em Alta Demanda: Resultados da Pesquisa Gi Group Holding

Uma pesquisa conduzida pela Gi Group Holding, multinacional especializada em estudos sobre o mercado de trabalho, revela as competências mais procuradas pelas empresas da indústria automotiva. No Brasil, 53% dos profissionais entrevistados destacaram a importância de habilidades relacionadas a tecnologias de veículos elétricos, enquanto 40% mencionaram conhecimentos em inteligência artificial e aprendizado de máquina.

A Perspectiva das Empresas: Desafios e Estratégias

Para Djansen Alexandre Dias, gerente da divisão de indústria na Gi Group Holding, o déficit de profissionais já era esperado, mas foi potencializado pela modernização dos veículos, que agora contam com sistemas autônomos e avançados itens de segurança. Empresas como a Ford enfrentam o desafio de competir não apenas com outras do setor automotivo, mas também com fintechs e startups, em um mercado globalizado onde a pandemia acelerou a busca por mão de obra especializada.

Investimento em Formação: Além das Linhas de Produção Tradicionais

Márcio Tonani, vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia do grupo Stellantis para a América do Sul, ressalta a importância dos programas de formação oferecidos pelas fabricantes. Esses programas não apenas suprimem a demanda por mão de obra técnica, mas também demonstram o papel das empresas como desenvolvedoras de tecnologia.

Parcerias Estratégicas e Educação Continuada

As montadoras estabelecem parcerias com instituições de ensino superior e técnico em todo o país, promovendo cursos e seminários para despertar o interesse dos jovens pelo setor automotivo e fornecendo oportunidades de desenvolvimento profissional.

Impacto dos Programas de Formação no Mercado de Trabalho

Programas como o Ford Enter têm se mostrado eficazes na inserção de jovens no mercado de trabalho, direcionando talentos não apenas para a Ford, mas para toda a indústria automotiva. Com 200 vagas oferecidas no primeiro ano e uma taxa significativa de inserção no mercado, esses programas são cruciais para suprir a demanda por profissionais qualificados.

Desafios Futuros e Necessidade de Evolução

À medida que a transição energética avança, é crucial que a formação e o parque tecnológico da indústria nacional evoluam para acompanhar as demandas do mercado. Investimentos em capacitação, pesquisa e desenvolvimento são fundamentais para garantir a competitividade e a sustentabilidade do setor automotivo brasileiro.

 

Correio do Estado | Com FolhaPress
Fonte: https://correiodoestado.com.br/economia/deficit-industria-brasileira-estima-falta-de-532-mil-profissionais-na/430120/

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