Monica Herrero (*)
Quando iniciei minha vida escolar, sempre tive preferência pelas aulas de Exatas. Isto me levou a cursar uma faculdade de Matemática, onde a maioria da turma era formada por homens. Desde então, tento buscar formas de incentivar jovens a experimentarem os cursos que fazem parte da sigla em inglês STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics). No contexto educacional, o objetivo é interligar todas essas áreas para que os alunos tenham um aprendizado prático interdisciplinar, possibilitando assumir profissões que estão surgindo nesta nova era digital e tantas outras que ainda serão criadas nos próximos anos.
Neste cenário cada vez mais dinâmico e conectado, as mulheres têm conquistado oportunidades interessantes em áreas que ainda são majoritariamente masculinas, como é o caso do setor de tecnologia. Nosso desafio é ampliar esta participação feminina para que tenhamos cada vez mais ambientes diversos e integrados. Acreditamos que a transformação digital que tanto falamos está diretamente relacionada à mudança de mindset, que contemple a diversidade. Pessoas diferentes agregam novos olhares, promovem a discussão e uma forma mais aberta, geram modelos de negócios disruptivos e se complementam.
Por isso, precisamos incentivar a participação de todos e promover iniciativas que permitam qualificar os profissionais para cargos de liderança, independente do gênero. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação das mulheres em cargos gerenciais no Brasil está em torno de 39%. Porém, esse número se torna ainda menor quando observado sob a perspectiva da intersecção racial.
Para alavancar esses números é fundamental que as empresas, especialmente aquelas lideradas por mulheres, invistam em projetos de seleção, qualificação, mentoria e debates que priorizem o diálogo sobre inovação e diversidade, se aproximando das Universidades e das startups para atrair talentos, independente do gênero, da idade, da raça ou da orientação sexual. O mundo é diverso e as corporações devem se preparar para aceitar cada vez mais as diferenças, sejam de pensamento, de cultura, de experiências de vida.
Cada um de nós tem o desafio e a oportunidade de definir estratégias colaborativas e enriquecedoras no ambiente corporativo para que seus funcionários possam trilhar uma jornada de crescimento, que combine habilidades e bons resultados de projetos, alinhando, assim, condições igualitárias para concorrer aos diversos cargos.
(*) Monica Herrero é CEO da Stefanini Brasil